“É mesmo uma criancinha”
– “É uma criança muito imatura”
– “Não ajuda nada em casa e é preciso estarmos sempre a lembrar dos trabalhos de casa”
– “Se não formos ver o caderno, nem sabemos quando tem teste”
– “Até se esquece do saco com o equipamento para a piscina”
Estas são algumas das afirmações que os pais mais repetem no momento em que procuram ajuda ou aconselhamento terapêutico.
Hoje deixamos algumas dicas que podem ser adaptadas a crianças e jovens que apresentam dificuldade em cumprir uma rotina, respondendo a todas as exigências e responsabilidades.
- Devem ser sempre valorizados os comportamentos mais assertivos e as conquistas pessoais;
- É importante criar espaços e horários de trabalho. Deve existir um espaço definido para estudar, diferente do espaço para brincar, ou para descansar. Esse mesmo espaço deve ser tranquilo, sem estímulos auditivos ou visuais (ex. TV ou jogos). A estruturação de espaços e rotinas é essencial à organização;
- É essencial conhecer os ritmos da criança / jovem. Não é agradável para a criança, ou até mesmo para os pais, a permanência numa tarefa por períodos de tempo superiores à sua tolerância. Esse tipo de situações pode gerar conflitos emocionais, como a frustração ou o sentimento de incapacidade;
- Se os pais acharem prudente, podem construir em conjunto um calendário ou agenda, onde serão incluídas todas as atividades curriculares e extracurriculares da criança / jovem e até mesmo dos pais. O calendário pode aumentar o peso da responsabilidade, tornando-se uma prova concreta daquilo que ainda está por fazer. Esse mesmo calendário pode servir de apoio à preparação diária da mochila escolar e dos equipamentos das atividades extra-curriculares;
- Sempre que possível, a criança / jovem deve ser envolvida nas atividades familiares, como por exemplo: meter a mesa, fazer a cama, arrumar as roupas, preparar o lanche, de modo a promover a sua autonomia;
- O cuidado diário e o sentido de responsabilidade para com um animal doméstico, um jardim ou uma horta pode ser benéfico para o amadurecimento emocional da criança, e mais tarde refletir-se no seu comportamento face o contexto académico.