Saiba mais sobre Cólicas e Choro
Muito se tem debatido e escrito acerca das cólicas no bebé. Existem autores que as atribuem ao ar que o bebé engole, outros há que as atribuem à intolerância ao leite de vaca (alimentados com leite artificial) e também há quem defenda tratar-se de uma reacção de stress ao parto e à adaptação às primeiras semanas de vida.
Este fenómeno tem lugar, regra geral, entre as 3 e as 12 semanas de vida e os sintomas surgem numa altura muito inapropriada, em que o cansaço físico e psíquico começa a desgastar fortemente os pais. Levando muitas vezes à pergunta:
“A ansiedade materna causa cólicas?”
Qualquer mãe que tenha sentido medo e ansiedade com o nascimento do seu filho pode perguntar a si mesma se esses sentimentos de inquietação podem afectar o recém-nascido. É claro que o nascimento de um bebé implica uma responsabilidade tão pesada que raros são os pais que não sentem ansiedade e insegurança. Factos como:
- Cuidar de um bebé pode tornar-se inesperadamente desgastante;
- A maioria das pessoas tem pouca experiência com bebés, devido às mudanças sociais que ocorreram em que os casais deixaram de ter tantos filhos;
- As mães sentem que todos as criticam, comentários como: “pega nele ao colo!”, “não pegues nele ao colo!”, “alimenta-o quando quiser!”, “Alimenta-o de acordo com um horário!”, todos estes comentários podem reduzir a confiança e aumentar as inseguranças.
Todos estes factores não provocam cólicas no bebé, contudo e como é natural, podem distorcer as percepções dos pais e deixá-los emocionalmente indisponíveis para consolar o bebé.
“O problema do ar”
Que os bebés engolem ar, é um dado adquirido, e está denominado como «aerofagia fisiológica». Quando chucham ou quando simplesmente abrem a boca, “comem” ar, dado que ainda não têm regulados os mecanismos de concertação da respiração e deglutição. Desta forma, o ar engolido vai dilatar o intestino e provocar dor, além de “empurrar” o diafragma e originar soluços.
“O stress do parto”
O parto é talvez um dos momentos mais fortes da vida de uma pessoa. A transição de um ambiente calmo, quente, com sons filtrados, ouvindo os batimentos pendulares do coração materno para um ambiente diferente mais agressivo, menos receptivo, com variações térmicas, de luz e som, torna-se difícil. Infelizmente, muitos bebés não conseguem lidar com o excesso de informação vinda do exterior, e têm uma fraca capacidade de se acalmar, e quando um bebé imaturo é sujeito ao caos na ausência de sensações calmantes e ritmadas pode ir para lá do seu ponto de tolerância e entrar no modo de “choro inconsolável”
E, logicamente, têm que descarregar toda essa carga. O intestino é o órgão-alvo para esta reacção, como será toda a vida – as cólicas antes dos exames, antes das entrevistas para o emprego, entre outras são bem conhecidas por todos nós. Daí o choro, a necessidade de consolo, de mimo, de envolvência e daí também as cólicas, verdadeira reacção psicossomática, provavelmente uma das primeiras deste tipo, das muitas que teremos pela vida fora.
Como vos disse no início, são inúmeras as causas que se atribuem às cólicas, tal como são diferentes todos os bebés e todas as mães, levando a uma diversidade de contextos. Mas penso que acima de tudo, a calma, o amor e o colinho podem resolver muita coisa. E quando acharem que a ansiedade está a distorcer o vossa capacidade de compreensão da situação, peçam ajuda, ao companheiro, a um profissional, à mãe, a uma amiga. Porque às vezes as mães também precisam de colo.
Uma excelente ferramenta que pode ajudar no alívio das cólicas é a massagem ao bebé.
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